3.8.06

História de interior


De chinelos, cabelo embaraçado, domado por um rabo de cavalo, óculos de grau, saí na busca de uma pessoa que fazia pátina veneziana em móveis. Descemos, eu e minha mãe no Ismael, estofador, onde encontramos o João, que nos indicaria a pintora. Logo ali, a três casas abaixo, estava o nosso destino. O João nos guia, e na porta de um bar um moço nos explica cordialmente que é pra entrarmos. Passando pelos fundos do bar, que dava acesso a um singelo quintal, subimos e esperamos pela Nina, a mulher que realizava a pintura. O marido nos atende, e avisa que a esposa está escovando os dentes. Nina chega e nos recebe, mas diz que não faz mais pra fora. Ela então nos indica outra pessoa, e prontamente pega o catálogo pra pegar o telefone da outra pintora. Minha mãe, um tanto cara de pau, ainda pede pra usar seu telefone, justificando que é pra não perder a viagem. O marido me olha e pergunta: " Você é enfermeira?" Não entendi, mas talvez tenha sido pela minha calça branca. E eu respondo pela primeira vez com vergonha: "Não, sou arquiteta." Acho que meus trajes negavam minha profissão.
E tomamos o caminho de casa.

1 Comments:

At 04 agosto, 2006 15:22, Blogger Ana Vitoria Parizzi said...

Ê saudade do interiolll
To indo hj pra minha terrinha!

 

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